A correção das alterações e patologias da cavidade oral permite melhorar significativamente a capacidade estética e funcional, nomeadamente as funções fonéticas, de mastigação e deglutição, em muitos casos com resultados visíveis na autoconfiança e envolvimento social dos pacientes.
A área da cirurgia oral é uma das mais complexas e abrangentes da medicina dentária e que mais alterações têm sofrido ao longo do tempo.
Desde a simples extração dentária até a exérese de quistos e tumores, todos os procedimentos são realizados com o máximo conforto para o paciente e sem dor, melhorando-se deste modo o pós-operatório.
Das situações mais comuns que necessitam de intervenção cirúrgica é a extração de sisos (terceiros molares), que, quer por não erupcionar (inclusos), quer por se encontrarem numa posição inadequada na arcada dentária são responsáveis por complicações que causam dor e desconforto ao paciente como:
– Alteração sensibilidade – parestesia
– Carie no próprio dente ou dente adjacente dificuldade em higienizar
– Inflamação da mucosa
– Dor de cabeça
Extrações
A necessidade de extrair um dente pode ser imposta por razões diversas, onde se contam a existência de cáries extensas, perda óssea severa provocada por infeção ou a necessidade de ganhar espaço na arcada dentária. Geralmente realizadas sob anestesia local, as extrações podem apresentar diferentes graus de complexidade.
Extrações Cirúrgicas de Dentes Inclusos
Designam-se por inclusos os dentes que não chegam a erupcionar. A não erupção de um dente pode ser motivada por várias razões, sendo uma das mais comuns a falta de espaço na arcada dentária. Se não forem removidos, a constante pressão causada pela tentativa de erupção pode causar diversos problemas como a destruição dos dentes vizinhos, inflamação, dor e apinhamento. Por serem os últimos a nascer, os sisos são os dentes que mais frequentemente permanecem inclusos. Contudo, existem também situações em que o organismo produz dentes extra, os supranumerários, que não têm espaço para erupcionar.
Tratamento de Infeções Faciais
Causadas por microrganismos como vírus, fungos ou bactérias, as infeções orofaciais podem afetar os tecidos da cavidade oral ou zonas mais específicas como os nervos ou as glândulas salivares. Se algumas infeções são de baixa intensidade, requerendo apenas terapia médica de suporte com a administração de antibióticos, infeções mais complexas exigem intervenção cirúrgica.
Remoção de Quistos e Tumores
A remoção de quistos ou tumores exige igualmente a intervenção da Cirurgia Oral. Na origem de alguns quistos pode estar um dente incluso não removido. Existem casos em que a infeção ou o quisto estão localizados na extremidade da raiz do dente (apex). Nessas situações, recomenda-se a desvitalização ou redesvitalização do dente. Se a infeção persistir, a remoção do quisto terá que ser efetuada cirurgicamente.
Tratamento de Deformações Dentárias e Esqueléticas
A Cirurgia Oral atua também ao nível das deformações dentofaciais, nomeadamente através da cirurgia ortognática. Realizada em conjunto com o tratamento ortodôntico, esta intervenção cirúrgica tem como objetivo estabelecer a correta relação entre os maxilares, sobretudo nos casos de prognatismo e retrognatismo, caracterizados respetivamente pelo avanço ou recuo da mandíbula. Durante a intervenção, geralmente realizada sob anestesia geral, são realizados cortes no osso que permitem o seu reposicionamento.
Diagnóstico e Tratamento das Patologias das Glândulas Salivares
Responsáveis pela produção de saliva, as glândulas salivares são suscetíveis de sofrer disfunções cujo sintoma mais frequente é a boca seca (xerostomia). Com consequências ao nível da mastigação, deglutição, nutrição, fala e respiração, na sua origem podem estar infeções bacterianas ou virais, distúrbios sistémicos (como síndrome de Sjögren, HIV, Lúpus, Diabetes ou Alzheimer), tumores ou interferência de determinados fármacos. Para determinar a causa das patologias das glândulas salivares, os meios de diagnóstico mais utilizados são o Rx, a tomografia computorizada e a avaliação do fluxo salivar.
Tratamento da Disfunção da Articulação Temporo-Mandibular
Localizada junto ao ouvido, a articulação temporo-mandibular (ATM) estabelece a união da mandíbula com o crânio. As disfunções desta articulação estão, regra geral relacionadas com problemas de má relação dentária que provocam desequilíbrio nas articulações, músculos e ligamentos. Os principais sintomas reportados pelos pacientes são dores de cabeça, ouvidos, olhos, face e pescoço, bem como, dificuldades na mastigação, zumbidos, enjoos e tonturas. O tratamento da disfunção da ATM passa pela eliminação dos fatores causais, pelo que é frequente a necessidade de articulação com o tratamento ortodôntico, com intervenções de implantologia, destinadas a repor dentes em falta, ou com cirurgia ortognática.